Este Glossário tem o propósito de apresentar a terminologia básica utilizada na navegação amadora, tendo como referência a NORMAM-03/DPC.
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A
Antepara – Cada uma das divisões transversais e longitudinais que separam os diversos compartimentos das grandes embarcações.
AB – Arqueação Bruta. A arqueação bruta (AB) é um valor adimensional relacionado com o volume interno total de uma embarcação. A AB é calculada com base no volume moldado de todos os espaços fechados do navio e é usada para determinar, por exemplo, as regras de governo, manobra e segurança da embarcação, bem como as taxas de registro e portuárias.
Abicada – A embarcação encontra-se abicada quando navega com a proa mais baixa que a popa, ou seja, calado a vante maior que o calado a ré.
Adernar – É a inclinação para um dos bordos da embarcação e é medida em graus, o mesmo que banda.
AG – Abreviatura para Agência da Capitania dos Portos – podendo ser também “Fluvial”.
Alheta – Ponto na embarcação entre o través e a popa.
Amador – Todo aquele com habilitação certificada pela Autoridade Marítima para operar embarcações de esporte e/ou recreio, em caráter NÃO profissional.
Amarra – Cabo ou corrente que liga o ferro (âncora) à embarcação.
Âncora – Comumente chamada de ferro, é usada para manter a embarcação presa ao fundo, de forma que ela fique estacionada em local apropriado.
Área adjacentes às praias – Compreende a área em todo o entorno de uma faixa de praia, seja marítima, fluvial ou lacustre, até o limite de 200 metros medidos a partir da linha da arrebentação das ondas ou, no caso de rios, lagos e lagoas onde se inicia o espelho d’água.
Áreas de Navegação – São as áreas onde uma embarcação empreende uma singradura ou navegação, e são dividas em mar aberto e interior.
Arqueação – Medida da capacidade dos espaços internos de uma embarcação, determinado em função do volume de todos os espaços fechados.
Arrais-Amador – É a pessoa habilitada a conduzir embarcações dentro dos limites da navegação interior, exceto moto aquática.
Atracar – Amarrar a embarcação a um cais ou outra embarcação.
Avisos aos Navegantes – É uma publicação quinzenal elaborada pelo Centro de Hidrografia da Marinha (CHM), sob delegação da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), com o propósito de fornecer aos navegantes e usuários em geral, informações destinadas à atualização das cartas e publicações náuticas brasileiras.
B
Balsa – Embarcação de fundo chato, com ou sem propulsão própria destinada ao transporte de cargas ou passageiros.
Balsa Salva-Vidas – Equipamento de Salvatagem normalmente armazenado em casulo, inflado por dispositivo especial.
Baleeira – Embarcação a remo ou vela, com proa e popa de formatos semelhantes.
Boia – Aparelhos flutuantes, de dimensões, formas e cores definidas, fundeadas por amarras, ferros ou poitas, em locais previamente determinados. Podem ser luminosas, quando providas de aparelho de luz, ou cegas, destinando-se, respectivamente, a orientar a navegação de dia e de noite, ou apenas no período diurno.
Boia de Arinque – Boia de pequeno tamanho, normalmente em formato cônico, destinada a assinalar onde foi jogada a âncora.
Bombordo – Bordo esquerdo da embarcação, considerando-se a proa como sua frente.
Bordos – Os dois lados de uma embarcação (bombordo e boreste).
Boreste – Bordo direito da embarcação para quem, da popa, olha para a proa. (A Marinha de Guerra do Brasil adotou, em 1884, este termo em vez de estibordo, para, nas vozes de manobra, evitar confusão com bombordo).
Bote – Barco de tamanho curto, sem convés, usado para pequenos serviços de transporte.
Bússola ou Agulha – Instrumento usado a bordo para orientar o navegante.
C
Cabos – Qualquer corda utilizada a bordo de uma embarcação, exceto a corda do sino, que é chamada corda mesmo.
Caiaque – Pequena embarcação com proa e popa semelhantes, dotada de um pequeno poço ao meio onde se assenta o remador.
Caique – Pequeno bote a remos, com proa e popa cortadas em painel. Possui três bancadas, uma central para o remador e as outras pequenas na proa e na popa para passageiros.
Calado – Distância vertical entre a superfície da água em que a embarcação flutua e a face inferior da sua quilha.
Camalotes – Arbustos, folhagens que se despreendem descendo um rio.
Canoa – Pequena embarcação a remos de formato afilado, com popa fechada em painel e não dotada de leme.
Carena – É a parte do casco abaixo do plano de flutuação que fica total ou quase totalmente imersa. É um termo empregado muitas vezes em lugar de obras vivas, mas significa com mais propriedade o invólucro do casco nas obras vivas.
CHA – Abreviatura de Carteira de Habilitação de Amador.
Comandante – Também denominado Mestre, Arrais ou Patrão, é a designação do tripulante responsável pela operação e manutenção da embarcação, em condições de segurança extensivas à carga, aos tripulantes e às demais pessoas a bordo.
CP – Abreviatura para Capitania dos Portos.
CSN – Certificado de Segurança da Navegação.
CTS – Cartão de Tripulação de Segurança – Documento emitido pelas CP/DL/AG que apresenta a composição mínima da tripulação de uma embarcação para poder operá-la com segurança.
D
Derrabada – É a inclinação para uma das extremidades; o navio está de popa, derrabado, ou terá trim pela popa, quando estiver inclinado para ré. Assim, quando o calado á ré (popa) é maior que o calado a vante (proa), dizemos que a embarcação está “derrabada”.
Desatracar – Desencostar e afastar (embarcação) de cais ou de outra embarcação a que esteja atracada.
DL – Abreviação para Delegacia da Capitania dos Portos, podendo ser também “Fluvial”.
DPC – Abreviatura para Diretoria de Portos e Costas.
E
Embarcação de Esporte e/ou Recreio – São embarcações utilizadas para lazer, com fins não comerciais.
Embarcação Anfíbia – Veículo capaz de operar tanto em terra, quanto na água com meios próprios.
Embarcação de Apoio à Manobra – Embarcação empregada nas atividades de auxílio à movimentação de outras embarcações.
EPIRB – Aparelho emissor de sinais contínuos em determinada frequência para localização em caso de acidentes marítimos que necessitem de busca e localização.
Equipamento SOLAS – Equipamento de navegação certificado conforme o estabelecido na Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (SOLAS).
Escala Beaufort – A escala Beaufort foi criada pelo almirante britânico Sir Francis Beaufort em 1805 e estabelece uma correlação entre a velocidade do vento e o estado do mar.
Escuna – Tradicionalmente, é um barco a vela com dois mastros. Atualmente há adaptações com motor de centro e acomodações para servirem de embarcações de esporte e recreio ou transporte de passageiros.
Estabilidade Intacta – É a propriedade que tem a embarcação de retornar à sua posição inicial de equilíbrio, depois de cessada a força pertubadora que dela a afastou, considerando-se a situação de integridade estrtural da embarcação.
F
Flutuante – Plataforma flutuante sem propulsão própria para emprego diverso.
Fundear – Lançar a âncora no fundo do mar para prender a embarcação.
Fundeadouro – O mesmo que atracadouro.
G
GPS – É um receptor de sinais de rádio enviados pela rede de satélites GPS (Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global).
H
Hélice – Estrutura metálica, que serve para movimentar a embarcação através de seu próprio giro. Impulsiona a embarcação para avante ou para ré.
Hovercraft – Veículo anfíbio que se movimenta em consequência de um jato de ar dirigido para baixo, que produz um colchão de ar que sustenta a embarcação sem contato físico com o solo ou a água.
I
IALA – Sigla em inglês que significa Associação Internacional de Auxílios à Navegação Marítimos e Autoridades de Faróis (International Association of Marine Aids to Navigation and Lighthouse Authorities).
Iate – Embarcação de grande porte, com comprimento igual ou superior a 24 metros.
IMO – Sigla em inglês que significa Organização Marítima Internacional (International Maritime Organization).
Inspeção Naval – Atividade de cunho administrativo destinada a fiscalizar o cumprimento da LESTA e RLESTA e demais instruções em vigor.
J
Jangada – Embarcação a vela, típica do nordeste brasileiro, normalmente feita da ligação de cinco ou seis toros (paus) flutuantes, armando um só mastro com vela latina triangular, grande retranca ultrapassando a popa, leme de esparrela e bolina móvel no centro.
Jet Boat – Tipo de lancha cuja propulsão é gerada por meio de um jato de água ejetado da parte traseira da embarcação. A água é extraída sob o barco e expelida com alta velocidade por uma bomba jato.
Jusante – Foz do rio, onde desemboca; ponto referencial ou seção de rio compreendido entre o observador e a foz de um rio.
L
Lancha – Embarcação rápida, de vários formatos e portes, com propulsão mecânica, normalmente utilizada para transporte de pessoas ou no esporte e/ou recreio.
Lançar ferro – Significa, utilizar-se da âncora para fundear a embarcação.
LESTA – Abreviatura da Lei 9.537/97, que dispõe sobre a Segurança do Tráfego Aquaviário.
Linha Base – É a linha de arrebentação das ondas ou, no caso de lagos e lagoas, onde se inicia o espelho d’água.
Lotação – Quantidade máxima de pessoas autorizadas a embarcar, incluindo a tripulação.
M
Marola – Mar agitado; onda grande. Elas são geradas pelo deslocamento da embarcação ou pelos ventos e correntes marinhas.
Material de Salvatagem – Equipamentos salva-vidas para uso em embarcações e plataformas marítimas, tais como, como coletes salva-vidas, bóias salva-vidas, balsas salva-vidas e etc.
Milha Náutica – Unidade de distância usada em navegação. (A Conferência Hidrográfica de 1929 fixou seu valor em exatos 1.852 metros).
Montante – Nascente do rio; ponto referencial ou seção de rio compreendido entre o observador e a nascente de um rio.
Moto Aquática – Embarcação que não possui leme e sua propulsão é gerada por meio de um jato da água ejetado da parte traseira da embarcação. Popularmente conhecida no Brasil como “Jet-Ski”.
Multicasco – Embarcação constituída de dois ou três cascos paralelos ligados por uma estrutura rígida. As de dois cascos são chamadas de catamarã e as de três cascos (ou um casco central e dois balanceiros) chamadas de trimarãs.
N
Navegação em Mar Aberto – A navegação realizada em águas marítimas consideradas desabrigadas.
Navegação Costeira – A navegação realizada dentro dos limites de visibilidade da costa até a distância máxima de 20 milhas náuticas.
Navegação oceânica – A navegação considerada sem restrições e realizada além das 20 milhas náuticas da costa.
Navegação Interior – A navegação realizada em águas consideradas abrigadas ou parcialmente abrigadas.
Nó – Unidade de velocidade utilizada em navegação, 1 nó equivale a 1 milha náutica por hora, cerca de 1.852 metros.
NORMAM – Abreviatura de Normas da Autoridade Marítima.
NPCP – Normas e Procedimentos para as Capitanias dos Portos – São regras específicas estabelecidas pelas Capitanias dos Portos, que complementam as Normas da Autoridade Marítima, adequandoas, no que couber, às peculiaridades regionais de suas áreas de jurisdição.
NPCF – O mesmo que NPCP, porém com regras específicas para as Capitanias Fluviais.
O
Obras Mortas – Parte do casco da embarcação que fica acima da linha d´água quando a embarcação está totalmente carregada.
Obras Vivas – Parte do casco que fica abaixo da linha d´água quando a embarcação está totalmente carregada, ou seja, tudo abaixo da linha d´água é obras vivas (ou carena).
P
Paranás/Reveses – Trecho de um mesmo rio envolvendo ilhas. Espécie de atalho.
PRPM – Provisão de Registro da Propriedade Marítima (Documento de registro de embarcações classificadas como de Grande Porte – IATE).
R
Refletor Radar – São dispositivos passivos que amplificam a identificação de uma embarcação na tela do radar de outra embarcação.
RIPEAM – Regulamento Internacional para Evitar Abalroamento no Mar.
RLESTA – Decreto no 2.596 de 18 de maio de 1998, que a regulamenta a Lei no 9.537/97 (LESTA).
S
Saveiro – Embarcação construída normalmente em madeira. Nas originais e mais antigas até os pregos eram feitos de madeira.
Singradura – Caminho ou rota que o navio percorre em um determinado espaço de tempo.
SOLAS – Sigla em inglês que significa Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (International Convention for the Safety Of Life At Sea, 1974/1988).
T
Talvegue – Canal mais profundo de um rio.
TIE – Título de Inscrição de Embarcação (documento de inscrição de embarcações clasificadas como de Médio Porte.
TIEM – Título de Inscrição de Embarcação Miúda (documento de inscrição de embarcações classificadas como Miúdas).
Tráfego Aquaviário – Situação da navegação caracterizada pela observação de regras de movimentação, pré-estabelecidas ou não, que consideram a condução da embarcação quando esta interage com outras ou com sistemas.
Traineira – Embarcação de pesca pequena, com a popa reta, destinada à utilização de redes (trainas) como instrumento para capturar peixes.
Tripulante – Amador ou profissional que exerce funções, embarcado, na operação da embarcação.
V
Volta rápida – curva muito fechada do rio, decorrente da formação de sacados.
Volta redonda – Mantém a mesma curvatura na extensão de um rio.
Vaga – No mar, espaço de mar entre duas ondas.
Veleiro – Embarcação propelida por um velame (conjunto de velas de tecido de corte e cálculo apropriados) em um ou mais mastros e controlados por um conjunto de cabos chamado cordoalha. Possui quilha e leme apropriados que impedem a deriva e forçam o conjunto deslocar-se a vante.
Via Navegável – Espaço físico, natural ou não, nas águas dos oceanos, mares, rios, lagos e lagoas utilizado para a navegação.
Via Navegável Interior – Via navegável situada dentro de limites terrestres, tais como rios, lagos, lagoas e canais, etc.
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